quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

anotação

segunda-feira, com chuva – nem forte, nem fraca, mas contínua – batendo no teto de zinco do vizinho. o despertador toca. cinco e meia da manhã. “ninguém deveria acordar às cinco e meia da manhã”. um pé chega ao chão, depois o outro. lançando um olhar panorâmico pelo quarto, percebe que a luz que vem da rua está mais densa que o usual. aos poucos, o som da chuva vai se diferenciando no monobloco uníssono daquela manhã, ao mesmo tempo em que o corpo, quase desperto, arrepia-se com a brisa fina e gelada vinda das frestas da veneziana.

segunda-feira, com chuva, às cinco e meia da manhã (ninguém deveria acordar às cinco e meia da manhã). em direção ao banheiro, passa a mão no interruptor. nada acontece. liga-desliga, liga-desliga. faltou luz. corpo-sonolento, enfim, acorda. - porra!

segunda-feira, com chuva, às cinco e meia da manhã e banho frio. corpo-sonolento-agora-desperto paralisa por um milésimo de segundo. sentindo os efeitos da contrariedade, convoca a razão. silenciosamente, põe-se a caminhar em direção à cozinha para preparar o seu café da manhã.


2 comentários:

  1. afeeeeeeee!
    a vida real é pura poesia....
    amo-te!
    beijocas
    Camila

    ResponderExcluir
  2. e é tudo que temos: a vida real!
    (um pouquinho do que aprendi contigo, véia. amo-te tambien)

    ResponderExcluir